sábado, 26 de julho de 2008

ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS

São classificadas - de acordo com a conjunção ou locução conjuntiva que as introduz - em causais, comparativas, concessivas, condicionais, conformativas, consecutivas, finais, proporcionais e temporais.

Causais
Indicam a causa da ação expressa pelo verbo da oração principal.

Principais conjunções causais: porque, pois que, uma vez que, visto que, visto como, já que, porquanto, como etc.

"Ângela começou a sorrir PORQUE SEU NAMORADO LHE ENTREGARA O PRESENTE”.

"COMO O CONHEÇO BEM, cobrei a dívida”.

"Fazia tudo que lhe viesse à cabeça, JÁ QUE ESTAVA RICO”

Comparativas
Estabelecem uma comparação com a ação indicada pelo verbo principal.

Principais conjunções comparativas: que/do que (precedidos de tão, tanto, mais, menos, melhor, pior, maior, menor, na oração principal), como, assim como, assim etc.

Não quero que meus alunos aprendam QUE NEM ROBÔS.

"Lutei COMO UM CAMPEÃO”.

Observação: Freqüentemente omite-se o verbo da oração subordinada adverbial comparativa.

Concessivas
Indicam uma concessão à idéia expressa pelo verbo da oração principal, isto é, admitem uma contradição ou um fato inesperado.

Principais conjunções concessivas: embora, ainda que, posto que, a menos que, se bem que, conquanto, mesmo que, nem que, apesar de que, (por mais) que, (por muito), que etc.

POR MAIS QUE EU GRITASSE, ela continuava distante.

AINDA QUE FALEM, não acredito no que dizem.

Condicionais
Indicam a situação necessária à ocorrência ou não da ação do verbo da oração principal.

Principais conjunções condicionais: se, caso, exceto, salvo, desde que, contanto que, sem que, a menos que, a não ser que etc.

Sua presença seria necessária, SE NÃO FOSSE HOJE.

Não chorem SEM QUE APRESENTEM A PROVA DO DESAPARECIMENTO.

CASO VOCÊ QUEIRA IR AO JOGO, telefone-me.

Observação: A locução conjuntiva como se sintetiza as idéias de comparação e hipótese. Alguns autores desdobram a locução desta forma:

Vibre COMO SE seu time fosse o campeão. (Vibre como vibraria se seu time fosse campeão)

Esse desdobramento é artificial; parece-nos preferível considerar a locução como comparativa.

Conformativas
Indicam uma conformidade, um acordo entre o fato que expressam e a ação do verbo da oração principal.

Principais conjunções conformativas: conforme, como, consoante, segundo.

"De defunto não tinha medo, só de gente viva, CONFORME DIZIA”.(A. Prado).

COMO DISSEMOS, as eleições serão neste ano e a posse em janeiro do próximo ano.

Consecutivas
Indicam a conseqüência resultante do fato expresso pelo termo da oração principal.

Principais conjunções consecutivas: (tão) ... que, (tanto) ... que, (tal) ... que, (tamanho) ... que, de forma que, de modo que, de sorte que, tanto que etc.

"Era uma voz tão grave QUE METIA MEDO”.(A. Meyer)

"Tamanho foi o seu enlevo, QUE NÃO VIU CHEGAR A PATROA”.(Monteiro Lobato)

Observação: A locução para que antecedida de muito ou demais introduz uma oração consecutiva:

O contrato era muito bom PARA QUE ELE RECUSASSE.

Finais
Indicam o fim, o objetivo do fato enunciado na oração principal.

Principais conjunções finais: para que, que (= para que), a fim de que, porque.

A lua sai de cena PARA QUE O SOL POSSA BRILHAR.

Proporcionais
Indicam uma relação de proporcionalidade com o verbo da oração principal.

Principais conjunções proporcionais: à proporção que, à medida que, ao passo que, (quanto mais) ... mais, (quanto mais) ... menos etc.

Quanto mais pensava na vitória, MAIS CONCENTRADO IA FICANDO.

Temporais
Indicam a circunstância de tempo em que ocorre a ação do verbo da oração principal.

Principais conjunções temporais: quando, enquanto, assim que, logo que, até que, depois que, desde que, que, apenas, mal, sempre que, cada vez que, antes que etc.

A idéia me veio QUANDO FOLHEEI AS PÁGINAS DA REVISTA.

MAL ENTROU EM CASA, brigou com os irmãos.

Diferença entre oração subordinada adverbial causal e coordenada sindética explicativa

É difícil, às vezes, distinguir uma oração subordinada adverbial causal de uma oração coordenada sindética explicativa. Eis alguns artifícios que podem auxiliar na distinção desses dois tipos de oração:

a) Geralmente, a oração que antecede a oração coordenada explicativa tem o verbo no modo imperativo.

Fiquem quietos, que o aniversariante já vem.

Verbo no imperativo: fiquem.
Oração coordenada sindética explicativa: que o aniversariante já vem.

b) A oração subordinada adverbial causal pode ser colocada no início do período, introduzida pela conjunção como, o que não ocorre com a coordenada sindética explicativa:

Não fui à festa PORQUE ESTAVA CHOVENDO.

COMO ESTAVA CHOVENDO, não fui à festa.

ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS

As orações subordinadas adjetivas classificam-se em restritivas e explicativas
Restritivas
Restringem, limitam a significação do seu antecedente (substantivo ou pronome). São indispensáveis ao sentido do período e não se separam da oração principal por vírgula.

“Há alunos QUE PRATICAM ESPORTE”.

Observe que a oração que praticam esporte está restringindo o sentido do termo alunos, pois nem todos praticam esportes. Outros exemplos:

"O sol QUE SE FILTRA ATRAVÉS DAS FOLHAS desenha no ar colunas amarelas de poeira..." (J. Amado).

"Mas pitangas são frutas QUE SE ESCONDEM..." (C. Lispector)

Explicativas
Não limitam o sentido do antecedente. Acrescentam uma informação que pode ser eliminada sem causar prejuízo para a compreensão lógica da frase. Vêm sempre separadas da oração principal por vírgula.

“O Brasil, QUE É O MAIOR PAÍS DA AMÉRICA DO SUL, têm milhões de analfabetos”.

A oração adjetiva explicativa que é o maior país da América do Sul pode ser eliminada sem que a compreensão lógica da frase fique prejudicada. Outros exemplos:

"... recebi o pagamento das mãos de meu pai, QUE ME DEU UMA SOVA DE VARA DE MARMELO”.(M. Assis)

"Durante a noite, NA QUAL ME FALTOU O SONO, meus pensamentos giravam em torno dela..." (M. Rubião).

Particularidades
Ainda com relação às orações adjetivas, deve-se considerar os seguintes itens:

1) A oração subordinada adjetiva pode ter um pronome como antecedente:

"Não sei o que vou fazer”.

Antecedente: o

Oração Subordinada Adjetiva Restritiva: que vou fazer.



"Os que quiserem saiam agora”.

Antecedente: Os

Oração Subordinada Adjetiva Restritiva: que quiserem saiam agora.

"Sou o que sou”.

Antecedente: o

Oração Subordinada Adjetiva Restritiva: que sou.

"Eu, que não sei nada de inglês, consegui conversar com ele”.

Antecedente: Eu

Oração Subordinada Adjetiva Explicativa: que não sei nada de inglês

2) A presença da vírgula pode modificar o sentido global do período:

"Teus filhos, QUE SÃO BONITOS, serão fotografados”.
(Oração subordinada adjetiva explicativa)

"Teus filhos QUE SÃO BONITOS serão fotografados”.
(Oração subordinada adjetiva restritiva)

No primeiro caso, todos os filhos são bonitos e, conseqüentemente, todos serão fotografados. No segundo caso, supõe-se a existência de filhos bonitos e não-bonitos. Apenas os bonitos serão fotografados. Veja ainda estes exemplos:

"O Olavo Bilac que escreveu O caçador de esmeraldas é um bom escritor."

"O Olavo Bilac, que escreveu O caçador de esmeraldas, é um bom escritor."

Na primeira mensagem, o emissor considera boa dentre as obras de Bilac, apenas “O caçador de esmeraldas”.
Na segunda mensagem, todas as obras são consideradas boas. Na primeira frase, a oração é restritiva, pois o nome perde a sua função identificadora habitual de substantivo próprio. Supõe-se a existência de vários Bilacs.

3) As orações subordinadas adjetivas também podem vir coordenadas entre si.

"Os poetas românticos, QUE CULTIVAVAM O INDIVIDUALISMO E QUE EXACERBAVAM SEUS SENTIMENTOS E PAIXÕES, muito me agradam”.
(Orações adjetivas explicativas coordenadas entre si)

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Orações Subordinadas Substantivas

Esse tipo de oração recebe esse nome porque exerce uma função própria dos substantivos: objeto direto, objeto indireto, sujeito, predicativo, completiva nominal e aposto.

- Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta
A Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta funciona como objeto direto da Oração Principal.
Ex1: Vinícius pensava / que seu emprego estava perdido.
Ex2: Soube / que você não gosta de dançar.
Ex3 : Eu vi / que você estava muito triste na Hora do Recreio.

- Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta
A Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta funciona como objeto indireto da Oração Principal.
Ex1: Eu lembro / de quem você gostava.
Ex2 : Eu não gosto /de quem maltrata os animais.
Ex3 : Vinícius duvidou / de que sua vida estava em jogo.

- Oração Subordinada Substantiva Subjetiva
A Oração Subordinada Substantiva Subjetiva funciona como sujeito da Oração Principal.
Ex1 : Era provável que Pedro e Vinícius brigassem.
Ex2 : Era conveniente que Bruno e Vinícius estudassem.
Ex3: Que você nade é urgente.

- Oração Subordinada Substantiva Predicativa
A Oração Subordinada Substantiva Predicativa funciona como predicativo da Oração Principal.
Ex1: O certo / é que ficaríamos separados.
Ex2 : O conveniente / é que você não tenha discriminação.
Ex3 : O importante / é que haja preconceito.

- Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal
A Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal funciona como complemento nominal da Oração Principal.
Ex1 : Sou a favor / de que a condenem.
Ex2 : Vinícius tinha a necessidade / de que sua namorada fosse morta.
Ex3 : Tenho medo/ de que me traias.

- Oração Subordinada Substantiva Apositiva
A Oração Subordinada Substantiva Apositiva funciona como aposto da Oração Principal.
Ex1 : Só queremos uma coisa: /que você morra.
Ex2 : Vinícius sentia uma coisa:/ que algo iria acontecer.
Ex3 : Bruno queria apenas uma coisa:/ que fosse aprovado no Vestibular.